O amor encantador ou feiticeiro “Embrujo Flamenco” está a caminho de Portugal

Artistas profissionais de flamenco vão mostrar a vibração e a paixão da centenária forma de arte espanhola em Lisboa, Porto e Estoril 

Bailarinos  da Compañía de Baile Flamenca José Lucena e músicos da Hesperian Symphony Orchestra, acompanhados pela cantora flamenca Belén Vega vão apresentar, em novembro, com direção de Antonio Ariza Momblant, “Embrujo Flamenco”. A  passagem por Portugal arranca no

Coliseu dos Recreios, a 15 de março, seguindo para o Coliseu Porto AGEAS, a 16. No Casino Estoril, a apresentação acontece no dia seguinte, a 17 de março. 

Em  Embrujo Flamenco prevalece a poesia e a força que de imediato associamos ao flamenco. Na origem, trata-se de um bailado com música de Manuel de Falla estreado no Teatro Lara em 1915, em Malasaña, hoje uma das zonas mais históricas e «alternativas» da cidade de Madrid. 

Foi Pastora Imperio, umas das dançarinas mais emblemáticas do flamenco no século passado, quem desafiou Falla para compor a música de um bailado para o qual se propunha cantar e dançar, no papel de Candelas. O enredo baseava-se numa lenda popular cigana que o libretista Martinez Sierra ouviu da voz da mãe da artista. Conta o regresso de um espírito ao mundo dos vivos para impedir que nenhum outro homem lhe ocupasse o lugar junto da bela Candelas, sua mulher. O pretendente, Carmelo, via-se aterrorizado pelas aparições do espírito daquele cigano, o qual em tempo de vida teria uma conduta pouco virtuosa. Carmelo engendra um plano. Convence uma amiga de Candelas, a jovem Lucia, a fingir-se apaixonada para seduzir a sinistra figura, de maneira a ganhar o tempo que lhe permitia declarar os seus sentimentos e conseguir de Candelas o «beijo do amor perfeito». O espírito é desta maneira enganado e exorcizado; vencido através do Amor.

A partitura original foi composta para uma pequena formação de Câmara, com apenas dez instrumentos: flauta, oboé, trompa, trompete, piano e quinteto de cordas. Mais tarde, seria adaptada pelo próprio compositor para orquestra, formato que é, hoje em dia, apresentado nas principais salas de espetáculo, a nível mundial, como acontece em março, em Portugal: dia 15, no Coliseu dos Recreios, a 16, no Coliseu Porto AGEAS e a 17, no Casino Estoril.